Num país tão conhecido

por tanta corrupção

o Poder Judiciário

não constitui exceção.

Mesmo havendo réu confesso

pasmemos nós, meus leitores,

vejam o poder que têm

tribunais superiores!

O assunto é Pe. Robson

centro de investigações

na cidade de Trindade

e que envolve milhões.

Eis que o Ministério Público

do Estado de Goiás

e membros do STJ

têm posições desiguais.

Talvez por isso se diz

em ditado popular

"da cabeça de juiz

tudo se pode esperar".

Porém, se sabe que não

deve generalizar

se banda podre existe,

é preciso separar.

Todavia, o sacerdote

teve a grande hombridade

coragem de assumir

sua culpabilidade.

Mas que se há de fazer

no lamentável momento

em que o próprio STJ

n/ quer dar prosseguimento?

O caso do "santo" padre

se espalhou pelo Brasil

do montante desviado

ninguém sabe, ninguém viu.

Se sabe ser alta soma

de 120 milhões

que foram distribuídos

entre nobres "vendilhões".

Que Pe. Robson era o chefe

isso é o que a gente pensa

se ele próprio assumiu

conforme afirma a Imprensa.

Há suposta omissão

da Justiça de Goiás

protegendo o sacerdote

e acobertando os demais.

Pois vê-se que o STJ

mostrou ser corporativo

com magistrados goianos

como organismo vivo.

Já o Ministério Público

e a Polícia Federal

discordam do dito Órgão

por não pensarem igual.

Inobstante o desvio

da grande soma em dinheiro

a construção da Basílica

não sofreu um "paradeiro".

Por certo ficou recurso

ainda suficiente

para a obra não parar

e poder seguir em frente.

Comunidade católica

(eu penso c/ meus botões)

deve às vezes perguntar

- cadê nossas doações?

Mas onde estão ninguém sabe

somente à Justiça cabe

buscar antes q se acabem

os cento e vinte milhões.

O danado do dinheiro

sempre intriga a gente

onde tem em abundância

corrupção tá presente.

É saco que nunca enche

eita, saco da ambição!

É saco que não tem fundo,

maldita "gananciação".

Por todo o acima dito

cabe outra indagação:

o que é que justifica

trancar investigação?

Devia seguir sereno

o fluxo processual

identificar culpados

e julgá-los, afinal.

Uma blindagem gratuita

por parte de alguns ministros

em torno de Pe. Robson

os torna pouco benquistos.

Seria a semelhança

entre a batina e a beca

que faz que o STJ

não segure essa "peteca"?

Pois o Ministério Público

tenta fazer sua parte

na persecução penal

com zelo, desvelo e arte.

Mas apesar do esforço

em fazer tudo certinho

encontra na Alta Corte

UMA PEDRA NO CAMINHO.

A verba de doações

deve ser algo sagrado

pois parte, seguramente,

de corações devotados.

De milhares de fiéis

cheios de boa vontade,

que querem ver concluída

a Basílica de Trindade!

(*) Valdecy Borges é jornalista e advogado (UFG), filho de Arnaldo Fernandes e de dona Jacy Borges, fundadores do distrito de Jacilândia no município de Itapirapuã. Valdecy nasceu em Bonfinópolis-GO em 1948, morou em Itauçu, mudou-se para Jussara em 1955. Atualmente reside em Goiânia.