Fuga cinematográfica

Talvez não tivesse sido

Até porque ao fugirem

Foram um tanto "assistidos".

A caçada implacável

Lembrou Lázaro Barbosa

Que outrora se revelara

Pessoa tão belicosa.

Ele foi há poucos anos

No entorno de Brasília

Serial killer cruel

Destruidor de famílias.

Sua presença na área

Causou pânico geral

E preferia atuar

Sempre na zona rural.

O bandido sanguinário

Na região "sentou praça"

Torturava e matava

E sumia na "margaça".

Polícia saia então

Procurando o criminoso

E tendo a informação

De que era perigoso.

Mas tinha dificuldade

Pra prender o malfeitor

E a notícia se espalhava

De que plantava o terror.

As forças de segurança

Aumentavam o efetivo

Pra pegar o meliante

Fosse morto, fosse vivo.

Se usou todo o aparato

Da Polícia Militar

Com o cerco apertando

Quer por terra, ou no ar.

Helicópteros em sobrevoo

Com ações bem planejadas

E viaturas fechando

Rodovias e estradas.

As coisas se complicavam

Medida q o tempo passava

Nada de encontrar o Lázaro

Que só aterrorizava.

Roubava e estuprava

Pessoas pelo caminho

Dando-se a impressão

De que não agia sozinho.

Policiamento conjunto

Da Militar e a Civil

Usando em seu armamento

Pistola, escopeta e fuzil.

Nas operações de busca

Corpo de Bombeiros estava

Polícia Rodoviária,

Bem assim, colaborava.

Na incansável caçada

Tinham cães farejadores

Um dia seguido do outro

Mais notícias de horrores.

Parecia que o bandido

"Curtia" com a força tática

Onde tudo era infrutífero

Ausência de ação prática.

Quanto ao que se gastou

A mídia se fez omissa

Porém, se viu gigantesca

A estrutura da polícia.

Cerca de 300 homens

Em condição vantajosa

Se tornou questão de honra

Achar Lázaro Barbosa.

Enfim, chegou o momento

Ao cabo de 20 dias

Que a prisão àquela altura

Sequer aconteceria.

De um lado o fugitivo

Do outro, equipe inteira

Ao se dar troca de tiros

Seu corpo virou "peneira".

Eis que fato semelhante

De grande repercussão

Ocorreu recentemente

Chamando muito a atenção.

De uma Segurança Máxima

Lá no Rio Grande de Norte

Dois bandidos se evadiram

Talvez num lance de sorte.

Sorte por ter encontrado

À sua disposição

Ferramentas de trabalho

De uma obra em construção.

Trabalho meticuloso

Inteligência do mal

A fuga de Mossoró

Não teve outra igual.

Rogério Silva Mendonça

E Deibson Cabral Nascimento

Com ferramentas na mão

Não perderam um só momento.

E ao protagonizarem

Primeira fuga do gênero

Tempo de encarceramento

Teve período efêmero.

Dizem q os dois fazem parte

Do negro Comando Vermelho

O qual tem em BEIRA-MAR

"Presidente do Conselho".

Deram entrada no presídio

Pra ficarem só dois anos

Mas quiseram sair antes

Pra executar outros planos.

A fuga dos tais bandidos

Foi por demais comentada

A mídia deu cobertura

Polícia foi avisada.

Todos queriam saber

Sobre o "modus operandi"

Se escondiam no Nordeste

Ou foram para o Rio Grande.

Uma caçada implacável

Se implementou desde então

Com a direção do presídio

Sob forte suspeição

O ministro da Justiça

Mandou afastar diretores

Em razão do episódio

Q só causou dissabores.

Bandidos tiveram apoio

Do esquema "Beira-Mar"

Não lhes faltou estrutura

Para mais se afastar.

Percorreram 5 estados

Tentando sair da país

Mas foram recapturados

Deixando a polícia feliz.

Feliz ficou o Ministro

No meu modo de pensar

Lewandowski até foi

Certa vez inspecionar.

Queria "pegar no chifre"

Dono do boi que ele é

Trazer de volta os bandidos

Lhes dando uma marcha à ré.

O efetivo empregado

Para cumprir a missão

Envolveu tantos agentes

Tal qual uma multidão.

No total, mais de 600

Sendo a Força Nacional,

Polícia Rodoviária

E Polícia Federal.

Enfim, a grande caçada

Custou mais de 6 milhões

Segundo o próprio ministro

Em suas reuniões.

Como essa recaptura

Custou caro ao TESOURO!

Prisão de 2 fugitivos

Porém, bandidos de OURO!

(*) Valdecy Borges é jornalista e advogado (UFG), filho de Arnaldo Fernandes e de dona Jacy Borges, fundadores do distrito de Jacilândia no município de Itapirapuã. Valdecy nasceu em Bonfinópolis-GO em 1948, morou em Itauçu, mudou-se para Jussara em 1955. Atualmente reside em Goiânia.