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Minha distinta galera

Há coisas q ocorrem na vida

Quando menos se espera.

Muitos fatos acontecem

No mundo das coincidências

E talvez, inexplicáveis

Desafio pra ciência.

No início da semana

Fiquei tão maravilhado

Quando fiz uma visita

A um amigo do passado.

Fazia bastante tempo

Que a gente não se via

Mas tudo é na hora de Deus

E chegou o grande dia.

Havia perdido o contato

Seu telefone, não tinha

Mas acabei descobrindo

Devido a insistência minha.

Pois sou um bom brasileiro

Do tipo que não desiste

Se der certo, sou feliz

Mas quando não dá, fico triste.

Meu amigo um certo tempo

Era médico renomado

Também era fazendeiro

E eu até lhe comprei gado.

Tanto ele quanto eu

Tínhamos terra em Varjão

No dia, lá almocei

E até cantei modão.

Eu cantei, ele gostou

Tornando-se meu "freguês"

E então, em sua casa

Muitas festas ele fez.

A amizade foi crescendo

Coisa linda, de se ver

De repente meu amigo

Deu de desaparecer.

Mas conforme acima dito

Reencontrei seu contato

E sem ter perda de tempo

Parti pro desiderato.

Sonhava rever meu amigo

Vivo e com boa saúde

E pensei comigo mesmo

"Q Deus no céu me ajude".

Falei com a secretária

Que até hoje a mesma é

Visando boa notícia

Pra ter meu plano de pé.

Qual foi a minha surpresa

Ele ainda vivo está

Pra minha estupefação

Não parou de trabalhar.

Agendei minha visita

Ansioso, pra caramba

Pois previa que ao vê-lo

Sentiria "pernas bambas".

Enfim, chegou o momento

Secretária anunciou

Ao entrar, o vi sentado

Sentado, continuou.

A emoção "sentou praça"

Tanto minha quanto dele

E eu sem acreditar

Que instante era aquele.

No passado foi meu médico

Também de minha família

E eu feliz na sua frente

Porque abraçá-lo-ia.

Foi abraço caloroso

De grandes e velhos amigos

"Me belisque, se é verdade

Assim pensava comigo".

E ao sair, indo embora,

Me deu ele um papelzinho

Com números de telefone

Q vou guardar com carinho.

Dr. Luiz Carlos Costa

Grande pneumologista

Até hoje atuando

E enxerga com boa VISTA.

Saí e fui ao comércio

Comprar um porta-retrato

Pra guardar o tal papel

Com todo o meu RECATO.

E eis que na loja vi

Tão simpática senhora

Com ela puxei conversa

Bem ali naquela hora.

Constatei que era filha,

Numa coincidência rara

Outrora, de um fazendeiro

Lá das bandas de Jussara.

O pai dela e o meu

Amigos de longa data

Me lembro daquele tempo

E a saudade me maltrata.

Lamartine Evangelista

Era o nome dele, então

Viveu CENTO E TRÊS ANOS

O laureado ancião.

Também ela é irmã

De um outrora deputado

Que na Câmara Federal

Dava bem "o seu recado".

A retidão de caráter

O fazia respeitado

Como Diretor do DERGO

Contribuiu com o estado.

Um gestor bem arrojado

À frente da Estatal

Várias frentes de trabalho

Sempre foi seu ideal.

Em pouco tempo sagrou-se

Como engenheiro brilhante

Foi pena ter "ido tão cedo"

Por infarto fulminante.

Enfim, a vida nos mostra

Que em certas ocasiões

A gente vive emoções

A ENTERNECER corações.

Me vi em estado de graças

Em tão felizes momentos

ENLEVO pra minha alma

Foi esse o meu sentimento!

(*) Valdecy Borges é jornalista e advogado (UFG), filho de Arnaldo Fernandes e de dona Jacy Borges, fundadores do distrito de Jacilândia no município de Itapirapuã. Valdecy nasceu em Bonfinópolis-GO em 1948, morou em Itauçu, mudou-se para Jussara em 1955. Atualmente reside em Goiânia.