Tenho plena consciência 

De não ser esse o momento 

Pra se falar em lazer 

Ante a tanto sofrimento.

Situação é gravíssima 

Requer solidariedade 

E é o que faz dia e noite

A nossa sociedade.

Tragédia climática e humana 

É o que está acontecendo 

No Rio Grande do Sul 

Com gente sofrendo e morrendo.

Bem mais de 300 cidades

Atingidas por enchentes 

O cenário catastrófico 

Corta o coração da gente.

Um animal no telhado 

Tudo fez pra não morrer

Do cavalo CARAMELO 

Ninguém vai se esquecer.

Com o peso do equino

O telhado não quebrou

Vejo nisso um milagre 

Que ali se operou.

No entanto, é algo nobre

Nossa ida a Campo Grande 

Numa homenagem póstuma 

Notícia que se expande.

Há algum tempo a viagem 

Vinha sendo desenhada

E está chegando a hora 

De por os pés na estrada.

Eis que no ano passado

Com destino a Coxim

Expedição Cultural 

Foi coordenada por mim.

Conhecer o Pé de Cedro 

Foi a nossa intenção 

Em homenagem a Goiá 

E Zacarias Mourão.

Passeio monumental 

Foi aquele que fizemos 

Por tudo de bom que ocorreu 

Jamais o esquecermos.

Lá, conhecemos Castelo 

Que foi nos prestigiar 

Entretanto, adoeceu

Mal, acabou de voltar.

Parece até que as pessoas

Vêm com o destino traçado

Não se podendo fugir

Do que foi determinado.

E Castelo lá esteve 

Pra se "despedir" de nós

Debaixo do Pé de Cedro 

Mostrando sua bela voz.

A canção FALA COXIM

Cantou pela última vez

Com impecável postura

Elegância e altivez.

Despediu do Pé de Cedro 

E de nossa caravana 

Regressando a Campo Grande 

Pra começar a semana.

Mas, logo sentiu-se mal

Na tarde do mesmo dia 

Estando numa "festinha"

De amigos da família.

Sem poder ali ficar

Foi pro hospital então, 

Onde fora constatada

Doença no coração.

Nos dias subsequentes 

Sobreveio cirurgia 

Não lhe faltando assistência 

Nem apoio da família.

Mas, ante a complicações

Em seu pós-operatório 

No dia 09 de julho

Ocorria seu velório.

O Estado todo sentiu

Campo Grande entristeceu 

Pela perda confirmada 

De importante filho seu.

Na verdade, Três Lagoas 

Foi onde ele nasceu 

Porém, foi na capital

Onde sempre ele viveu.

Outrora alguém do mal

Não quis que eu fizesse a viagem 

Porém, Deus olhou pra mim

E me encheu de coragem.

Agora, tem gente boa

Disposta a me apoiar

Preparando ambiente 

Para nos recepcionar.

Lauredi Borges Sandim

E o seu filho Gian

De hoje a 31 dias 

Irão nos ver de manhã.

Pode ser q nos recebam

Na entrada da cidade 

Tal-qualmente fez Coxim 

Em outra oportunidade.

Pessoas de outras cidades

Deverão participar

Desde a distante SORRISO 

Jaciara e Cuiabá.

Artistas de Rondonópolis 

Três Lagoas e Coxim 

Ao chegarem ao destino,

Oxalá, venham a mim.

Quanto à nossa caravana 

Ela terá um DECANO.

O grande cantor Palmito

Aos 95 anos.

Com a bengala de um lado

Tendo do outro a viola

Além de cantar bonito 

Vai contar belas histórias.

Enfim, na resenha noturna

A noite será "criança"

De ser um evento épico 

Eis a minha esperança.

Do tipo q fica pra sempre

Impregnado na alma

Fazendo os dias risonhos 

E as noites serenas e calmas!

(*) Valdecy Borges é jornalista e advogado (UFG), filho de Arnaldo Fernandes e de dona Jacy Borges, fundadores do distrito de Jacilândia no município de Itapirapuã. Valdecy nasceu em Bonfinópolis-GO em 1948, morou em Itauçu, mudou-se para Jussara em 1955. Atualmente reside em Goiânia.