Aconteceu em Goiânia

já há 10 anos atrás

crime com repercussão

pouco vista em Goiás.

Assassinato brutal

de radialista esportivo

deixou muita gente mal

povo ficou pensativo.

Ao sair do seu trabalho

a vítima não esperava

que para perder a vida

pouquinho tempo faltava.

Pois ali perto estavam

pistoleiros contratados

pra matar a sangue frio

conforme determinado.

Sr. Maurício Sampaio

acusado de mandante

era dono de cartório

segmento importante.

Pessoa de influência

do Atlético dirigente

mas q surpreendeu a todos

com ato inconsequente.

Era no Setor Serrinha

local onde trabalhava

um jovem radialista

que o "executor" aguardava.

Ao entrar em seu veículo

foi duramente atingido

tendo ali o seu algoz

vários tiros desferido.

Dentre os que acorreram

para prestar assistência

tinha alguém desesperado

como quem pede clemência.

Era Mané de Oliveira

do púbico tão conhecido

pai de Valério Luiz

que ali tinha morrido.

Aquela cena dantesca

que veio a ocorrer

por parte de quem a viu

difícil é esquecer.

Um pai que chega correndo

logo após ser avisado

que alguém matou seu filho

e ver seu corpo estirado.

Pode ser algo impossível

descrever aquela dor

quem nunca passou p/ isso

poderá talvez supor.

Avaliar sofrimento

de um coração trespassado

pode se dar no momento

que a gente troca de lado.

O fato aqui narrado

que gerou repercussão

gerou também interesse

de uma população.

Em ver o desenrolar

de um processo indo adiante

levando a julgamento

matadores e mandante.

E numa queda de braços

de defesa e acusação

lá se vão quase 10 anos

de um caso sem solução.

Mané de Oliveira se foi

sem ter nos olhos o brilho

de ver pagar na cadeia

os matadores do filho.

Já pela 3a vez

julgamento é adiado

após defesa deixar

o plenário abandonado.

Pois os dois criminalistas

após levantarem da mesa

com a maior desfaçatez

foram saindo a francesa.

A multa a eles imposta

120 MIL REAIS

talvez seja reprimenda

pra que não façam jamais.

Todavia, penso eu,

n/ vão gastar seu "cascalho"

pois deve sair do bolso

é de Maurício Sampaio.

Enquanto isso o povão

paga a conta ao final

numa cifra elevada

segundo o Tribunal.

Pois não se realizando

o julgamento marcado

a logística envolvida

deve ter gasto saldado.

Tudo isso é ruim

pra imagem da Justiça

cuja grande lentidão

parece "bicho preguiça".

Eis que a população

nela vê tanta demora

além da corrupção

que não raramente aflora.

As leis em nosso país

necessitam de mudança

retirar subterfúgios

pra não permitir lambança.

Chega de tantos RECURSOS

apogeu de advogados

tornando a Justiça lenta

retardando resultados!

(*) Valdecy Borges é jornalista e advogado (UFG), filho de Arnaldo Fernandes e de dona Jacy Borges, fundadores do distrito de Jacilândia no município de Itapirapuã. Valdecy nasceu em Bonfinópolis-GO em 1948, morou em Itauçu, mudou-se para Jussara em 1955. Atualmente reside em Goiânia.