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O LEGADO DA VILABOENSE EDLA PACHECO SAAD

Edla Pacheco escreveu os livros: Zaca (1987); Itapirapuã, a sesmaria e a cidade (1978); Paredes cinzentas (1988); Um homem enfrenta o destino (1992) e O Major (1996)

Publicada em 26/11/22 às 12:02h - 675 visualizações

por Bento Fleury


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Edla Pacheco Saad e Bento Fleury  (Foto: Arquivo/Bento Fleury)

Edla Pacheco Saad nasceu na Cidade de Goiás, em 12 de setembro de 1918, filha do Tenente Coronel da Polícia Militar, José Gonçalves Pacheco e Maria do Carmo Pacheco, casal de honra e dignidade dos velhos tempos, moradores do Largo do Moreira, de onde se descortinava uma ampla visão dos morros que circundam a antiga cidade.

Na mesma cidade, Edla fez o curso primário e secundário no Lyceu de Goiás, fazendo parte da turma de 1936, da qual foi paraninfo o saudoso professor goiano Alcide Celso Ramos Jubé.

Essa turma, no dizer de Alarico Vellasco, sofreu dupla revolução: a Constitucionalista de 32 e a interna em prol da mudança dos uniformes arcaicos do velho estabelecimento de ensino, e, tudo corria em normalidade, haja vista que Edla promovia bailes românticos muito ao gosto da época e as competições esportivas, onde torcia pelo namorado José Ottacílio de Vellasco Figueiredo, jogador inveterado, líder entre os estudantes daquela ditosa quadra.

Saindo do Lyceu Edla encaminhou-se pelas sábias lições aprendidas com o velho professor José Péclat e tomou-se mestra de matemática, na mesma escola onde estudou.

Nesse período de muita atividade, casou-se com o catalano João Saad, homem de grande honestidade e, que em Trindade, foi funcionário de Gabriel Alves de Carvalho na primeira Usina de Força e Luz de Trindade, realizando salutar trabalho.

Casados, fixaram residência em Itapirapuã, como autênticos pioneiros, enfrentando a inospidez dos primeiros tempos naqueles ermos. Ali, foram responsáveis pelo Cartório de Notas e Imóveis, onde Edla foi Tabelião, cuidaram da fazenda, onde criaram os filhos em contato com a natureza e tudo fizeram pelo bem da localidade.

Consciente de seu papel histórico, Edla Pacheco Saad compilou dados importantes e escreveu o seu primeiro livro, que foi publicado em 1978: Itapirapuã, a sesmaria e a cidade, que teve boa acolhida entre a comunidade e entre os historiadores goianos.

Aposentada, Edla Pacheco quis retomar à sua velha cidade, chantada entre os morros. Assim, em 1963, compraram o velho casarão, outrora pertencente à jornalista Oscarlina Alves Pinto, no Largo do Chafariz, rente ao Museu das Bandeiras.

Nesse casarão, Edla e João Saad prosseguiram a vida alicerçada na compreensão e no amor, tornando-se pesquisador, escritora, enveredando-se pela ficção no gênero romance.

 Assim, foram nascendo os romances: Zaca (1987), Paredes cinzentas (1988), Um homem enfrenta o destino (1992) e O Major (1996), que revestiam o nosso passado cultural e o nosso folclore, fixando tipos humanos, a exemplo da pioneira Rosarita Fleury.

Deixou ainda inéditos: História de Vila Boa (dois volumes), Roteiro histórico e sentimental de Vil/a Boa de Goiás, Receitas da tia Maria e Retalhos coloridos.

Edla pertenceu às entidades culturais goianas: Academia Vilaboense de Letras, Academia Trindadense de Letras, Academia Catalana de Letras, Instituto histórico e Geográfico de Goiás, União Brasileira de Escritores, secção de Goiás, Sócia correspondente da Academia Feminina de Letras e Artes de Goiás, redatora por vários anos do conhecido jornal “Cidade de Goiás”, liderado por Luis do Couto Filho (Yoiô do Couto).

Modesta e simples, porém profundamente sábia, Edla Pacheco era uma sonhadora do seu Largo do Chafariz, compilando dados sobre Vila Boa, escrevendo, sonhando, vivendo, softendo, depois da morte do companheiro de 50 anos, falecido em 1991.

Mesmo sozinha, soube ser luz a caminhar na beleza de seus passos firmes, consciente de sua posição no mundo e da missão que Deus lhe dera.

Como membro de nossa Academia Trindadense de Letras foi e dinâmica. Proferiu palestras aos estudantes do Colégio Padre Pelágio e lançou, em 1992 o seu livro Um homem enfrenta o destino, no sobradinho da Biblioteca. Deixou entre os trindadenses a marca de sua bondade e cultura, conforme atesta uma de suas cartas:

Na data em que recebeu pela Faculdade de Filosofia Cora Coralina da Cidade de Goiás, o título “Honoris Causa”, faleceu repentinamente em 26 de julho de 1997, aos 78 anos de idade.

O seu sensível coração de mulher delicada e cheia de amor, não resistiu ao impacto e parou para sempre!

Mas, a luz da sua sabedoria e a bondade de sua alma permanecerá para sempre no caminho daqueles que a conheceram e em Trindade deixou os fluidos de sua luminosa passagem.

 

 




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